Hoje é dia de festa no mundo das letras!! É o aniversário de nascimento de um dos maiores escritores da líteratura portuguesa e universal: Fernando Pessoa (Lisboa, 13/06/1888 - Lisboa, 13/11/1935).
Além de escritor, Pessoa foi empresário, editor, jornalista, ativista político, publicitário, crítico literário, dentre outras atividades que exerceu.
Como poeta, Pessoa desdobrava-se em outras personalidades, conhecidas como heterônimos. Um heterônimo é uma outra pessoa que habita o poeta. Ele tem uma personalidade e uma forma própria de se manifestar artisticamente, o que torna verdadeira a sua identidade, aparentemente falsa a princípio.
No caso de Pessoa, os heterônimos mais famosos são: Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis.
Veja que lindo este poema do Fernando Pessoa (ele- mesmo):
- AUTOPSICOGRAFIA
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- O poeta é um fingidor.
- Finge tão completamente
- Que chega a fingir que é dor
- A dor que deveras sente
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
- Agora, veja alguns trechos de poemas dos seus heterônimos:
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
(Ricardo Reis - Vem sentar-te comigo)